A PROTESTE Associação de Consumidores integra a Aliança Pela Água, lançada nesta quarta-feira (29), em São Paulo. Trata-se de uma coalizão de sociedade civil para contribuir com a construção de segurança hídrica em São Paulo, por meio da coordenação das várias iniciativas já em curso e da potencialização da capacidade da sociedade de debater e executar novas medidas.
São Paulo vive a maior crise hídrica de sua história. Mais de 60 municípios enfrentam a falta de água e o racionamento já atinge milhões de pessoas. Reservatórios e rios encontram-se em níveis críticos nas bacias dos rios Tietê e Piracicaba e as previsões climáticas para os próximos meses não são animadoras.
Para atacar o problema, as entidades propõem o cumprimento de metas de curto e longo prazo.
- Meta de curto prazo: chegar a abril de 2015 em situação segura para enfrentar mais um período de estiagem.
- Meta de longo prazo: implantar um novo modelo de gestão da água, que garanta um futuro seguro e sustentável para os moradores de São Paulo (estabilidade social, econômica e ambiental).
Para atingir essas metas, as organizações participantes propõem um consenso em torno de um conjunto de ações. Essa agenda mínima é o núcleo que vai permitir que instituições independentes entre si unam esforços e multipliquem o resultados de suas iniciativas.
A agenda mínima foi construída a partir dos resultados do projeto
Água SP, que teve a adesão de mais de 280 especialistas de 60 municípios, que propuseram 196 ações de curto prazo e 191 de longo prazo, além de apontarem mais de 300 iniciativas inspiradoras para a gestão da água em São Paulo.
A Aliança pela Água de São Paulo reúne organizações com formas bem diversas de atuação. Mesmo com essa pluralidade, que enriquece o debate e aumenta a eficiência das soluções, as organizações propõem um consenso em torno de um conjunto de ações. Essa agenda mínima é o núcleo que vai permitir que instituições independentes entre si unam esforços e multipliquem o resultados de suas iniciativas. As propostas levantadas no mapeamento Água SP e a serem debatidas nos próximos meses podem ser vistas como aprofundamento das linhas gerais de ações propostas nessa agenda mínima.
A crise da água no Estado de São Paulo pode ser atribuída a um conjunto de fatores: ênfase dos governos na retirada de mais água de rios e mananciais e não no uso racional do recurso; desmatamento nas áreas de mananciais e poluição das fontes de água em quase todo o Estado; seca extrema, em especial no Sistema Cantareira; pouco espaço para participação e falta de transparência quanto à gestão da água. E agravados por outro fator: a resistência dos governos em tomar medidas mais firmes em um ano eleitoral.
Em setembro de 2014, o Instituto Socioambiental (ISA) deu início ao projeto Água SP, com o objetivo de mapear atores e propostas que possam contribuir para lidar com a crise da água em São Paulo. O mapeamento foi realizado em parceria com a organização Cidade Democrática e contou com o apoio de 23 instituições, incluindo associações comunitárias, ONGs locais e algumas das maiores organizações ambientais do mundo.