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Alimentos
Campanha internacional critica uso de palhaço do McDonald’s em escolas
31 jul 2014A PROTESTE Associação de Consumidores e outras 47 organizações de oito países enviaram carta ao presidente do McDonald's cobrando que a empresa defina seu posicionamento em relação à comunicação mercadológica no ambiente escolar.
Foi pedido esclarecimento ao CEO do McDonald's Don Thompson a respeito da sua afirmação de que a empresa não envia seu mascote Ronald McDonald para instituições escolares. Tendo em vista que essa prática acontece reiteradamente no Brasil, o documento solicita que a nova política, caso possa ser considerada como tal, seja implementada em todas as franquias da rede.
Num discurso, ele afirmou: "você nunca vai ver o Ronald McDonald dentro de escolas", o que motivou o manifesto internacional numa campanha articulada entre 48 organizações de oito países. A ação culminou com o envio de uma carta em 29 de julho à empresa pedindo explicações sobre o posicionamento – dúbio – já que o palhaço continua atuando no ambiente escolar.
A carta é assinada pela ONG norte-americana Campaing for a Commercial Free Childhood (CCFC), além da PROTESTE, pelo Instituto Alana, IDEC, Consumers International e diversas outras organizações.
No Brasil, o Ministério Público investiga o programa desenvolvido pelo McDonald's nas escolas, que leva o palhaço em shows, pois o temor é que a ação influencie hábitos alimentares das crianças.
O documento pede que o McDonald's esclareça a fala de seu presidente, já que o Ronald continua atuando em escolas. Pede, também, que essa nova política – caso essa seja uma nova política da empresa – seja amplamente divulgada e incorporada por todas as redes de franquias do McDonald's no mundo.
As visitas do Ronald McDonald em escolas exploram a vulnerabilidade infantil, além de violar as normas brasileiras. "As crianças não conseguem discernir o que é publicidade do que é conteúdo. Nas escolas a situação é ainda mais grave, porque é como se a instituição estivesse validando a marca. Para nós, a publicidade nas escolas é absolutamente inaceitável, como claramente afirma a resolução 163 do Conanda. Em outras palavras, tal ação descumpre normas e regulações brasileiras", afirma Isabella Henriques, do Instituto Alana.
O Ministério da Educação enviou uma nota técnica às secretarias de educação de todo o Brasil, observando a restrição apontada pela resolução do Conanda e determinando que as escolas mantenham-se livres de publicidade. Mesmo assim, é comum ainda encontrar shows "educativos" que expõem os alunos às marcas e promovem hábitos de vida não saudáveis.