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Alimentos industrializados no Brasil e na Europa

Verificamos que alimentos ultraprocessados nacionais têm mais gordura, açúcar e aditivos que similares europeus. Acesse e veja dados da tabela nutricional!

28 setembro 2015
alimentos_industrializados


Tartrazina, amarelo crepúsculo, glutamato monossódico, butil hidroxianisol e gordura trans são substancias presentes em alimentos industrializados que você encontra facilmente nos supermercados.


Contudo, sua presença à mesa é totalmente desnecessária, ainda mais quando sabemos que produtos idênticos são produzidos pelo mesmo fabricante em outros locais do mundo sem esses aditivos.


Foi o que descobrimos ao analisar a lista de ingredientes e a tabela nutricional de 12 alimentos industrializados comercializados no Brasil, na Bélgica, em Portugal, na Espanha e na Itália. 


O ponto de partida de nosso estudo foi o relatório Behind the Brands (Por trás das marcas) divulgado em 2013 pela Oxfam (organização britânica de combate à fome). Ele revela que apenas dez multinacionais controlam a produção e o comércio de alimentos no mundo.


Com base nas legislações locais e nos hábitos de consumo dos habitantes, esses fabricantes ajustam suas receitas em cada país. Até aí, tudo bem. A questão é que o Brasil conta com uma legislação frágil, que ainda permite o uso de alguns aditivos perigosos à saúde.



 

PROTESTE reivindica melhorias nos alimentos



A PROTESTE enviou o resultado do estudo à Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), questionando o porquê dessa diferença nutricional, sobretudo no que se refere aos aditivos alimentares potencialmente perigosos à saúde e aos teores de gorduras, sal e fibra alimentar. É preciso garantir que o valor nutricional e a qualidade dos nossos produtos industrializados, sejam os mesmos dos que são comercializados em outros países. 


A PROTESTE criou uma campanha para que, com a ajuda do maior número de consumidores possamos pressionar as autoridades brasileiras a serem mais rigorosas com os produtos vendidos no país. Participe da campanha, compartilhe com seus amigos e ajude a fazer com que haja mais rigor e qualidade nos produtos que consumimos:


ASSINAR PETIÇÃO 


O iogurte Activia morango integral, por exemplo, possui no Brasil o dobro da quantidade de ingredientes e aditivos do que sua versão europeia. Por que um iogurte precisa de 23 ingredientes?


O mesmo acontece com o salgadinho Doritos Queijo Nacho. A versão brasileira é a que apresenta mais aditivos em sua composição, incluindo o corante amarelo crepúsculo, com potencial alérgico. Já a versão belga desse salgadinho possui 2,4% de gordura saturada, enquanto a nossa tem 11,6%. É um alimento que tem mais de 20 ingredientes quando, na teoria, diz ser feito de milho e queijo. 


O absurdo não para por aí. Sabe o sorvete Häagen Dazs sabor chocolate belga que custa bem mais caro do que as marcas mais simples? Comparado ao que é comercializado na Europa, o produto brasileiro é o único que declara ter gordura trans. Será que vale a pena pagar caro por essa sobremesa?


A salada de batata do churrasco de domingo também não tem muito de saudável, não. Principalmente se você usar maionese Hellmann’s.


O Brasil é o único país que utiliza como antioxidantes (aditivos usados para prevenir a decomposição de óleos e gordura) o butil hidroxianisol (BHA) e o butil hidroxitolueno (BHT), ambos com sua segurança discutida. Além disso, nossa versão dessa maionese é a que tem a maior quantidade de ingredientes: 17, contra nove das versões belga e italiana.


Já o cereal matinal Corn Flakes, fabricado no Brasil, é o que oferece menor quantidade de fibras alimentares em sua composição em relação aos países pesquisados. Na porção de 30g descrita na embalagem, a quantidade de fibras é tão insignificante que, de acordo com a legislação brasileira, é expressa como zero.



Alimentos ultraprocessados têm baixo valor nutricional 


Estima-se que metade da população brasileira esteja com sobrepeso – e, desse total, 17,5% já são obesos.


Esta realidade assusta até o governo, que lançou no ano passado uma atualização do Guia Alimentar para a População Brasileira. Confira abaixo os tipos de alimentos:


  • Alimentos ultraprocessados: como bolachas recheadas e salgadinhos, passam por várias etapas de produção. 
  • Alimentos processados: acrescentam água e sal aos alimentos in natura, como uma conserva. 
  • Alimentos minimamente processados: incluem alguns grãos, legumes e leite, por exemplo. 
  • Alimentos in natura: são os que saem da plantação direto para sua casa e, em geral, se decompõem rapidamente. 

A maioria dos alimentos fabricados pelas multinacionais que selecionamos para esse estudo possuem baixo valor nutricional,são hipercalóricos e hiperpalatáveis, ou seja, pensados para serem o mais saborosos possíveis


Por isso, causa revolta saber que nossas versões de produtos comercializados em outros países são mais calóricas e ricas em aditivos porque não há uma legislação rígida capaz de mudar o comportamento das indústrias, como ocorre na Europa. É um descuido das autoridades brasileiras que afeta diretamente a nossa saúde.


Por mais que os produtos ultraprocessados devam ser exceções em nossa alimentação, ainda assim, quem quiser consumir tem todo o direito de ingerir a versão disponível menos nociva à saúde.


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 Confira as principais recomendações para ter uma alimentação saudável:

  • Os processados: faça dos alimentos in natura ou minimamente processados a base de sua alimentação. Limite o consumo de alimentos processados e evite os ultraprocessados.
  • Temperos: utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades. 
  • Hora da refeição: coma com regularidade e, atenção, em ambientes apropriados. Sempre que possível, esteja acompanhado.
  • Compras: faça compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.
  • Compartilhe: crie, exercite e compartilhe suas receitas culinárias com os amigos.
  • Planeje: prepare com atenção o uso do tempo destinado à alimentação e o espaço que ela merece na sua rotina.
  • Escolha do restaurante: ao levar a família para uma refeição fora de casa, dê preferência a locais que servem pratos feitos na hora.
  • Senso crítico: seja analítico quanto às informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas.


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